domingo, 14 de fevereiro de 2010

Não é Réveilon


Não é réveillon nem o dia do seu casamento, tampouco você é adepta do candomblé. Certamente também não é a encarnação de Marilyn Monroe em O Pecado Mora Lado, muito menos uma “moon girl” de Courréges – afinal, estamos em 2010 e não na década de 60. Por que diabos, então, você usaria um vestido branco? Há questão de meses, as resposta possíveis eram: sou médica/dentista ou sou Maria Bethânia. Hoje, só exista uma réplica factível: estou absolutamente em dia com o zeitgeist fashion, com as passarelas internacionais e com as style-setters de todo o planeta. Sim, a moda deu carta branca para o branco reinar de dia e de noite, seja qual for a ocasião, a profissão ou a crença religiosa. Esqueça, portanto, o branco brejeiro que é habitué dos litorais brasileiros na forma de batinhas de laise e saiotas de renda labirinto. O branquinho básico substitui o bom, velho e versátil LBD e dá vida aos cocktall dresses mais frescos da moda atual, como comprovam os últimos looks das infalíveis Daphne Guinness, Amanda Harlech, Carine Roitfeld e Giovanna Battaglia e as proposta de inverno e de verão de Alexandre Wang, Francisco Costa para Calvin Klein e Joseph Altuzarra, entre muitos outros. “O branco é a evolução do nude – esta, uma cor difícil e não muito democrática. Enquanto o nude empalidece algumas pessoas, o branco ilumina todo mundo, das mais clarinhas como às supermorenas”, avalia Julia Petit, uma White-addicted confessa. E “ilumina”, aqui, não é só força de todas as cores do espectro, o branco não absorve, mas reflete os raios luminosos (lembra das aulas de físicas). Por isso mesmo, terminou virando símbolo clareza, limpeza e paz. “Não acho coincidência esse retorno justo agora, no início da segunda década do século 21. Término de ciclo sempre gera questionamentos, desejos. E o guarda-roupa reflete isso tudo”, explica o erudito-mor da moda brasileira, o professor João Braga.

Hippies


De ordinário a extraordinário, o material rústico ganha visual urbano, acabamento deluxe e as etiquetas mais badaladas do globo.


Das feirinhas HIPPIES tupiniquins à Avenue Montaigne, com escalas estratégicas em Saint – Tropez e Trancoso, a palha percorreu um longo caminho fashion. No princípio, deu vida a cestos e chinelinhos para gringo ver – e comprar, junto com garrafas de areia colorida e kits caipirinha. Depois, subiu um degrau na escala evolutiva e passou a figurar nas malas de praia das chic-setters na forma de painers sofisticados. Agora, nas cruise collections e passarelas internacionais do verão 2010, galgou upgrade definitivo com versões urbanas, acabamentos high end e etiquetas de peso como Balenciaga, Lanvin e Chanel.